quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Derramamento do Espírito




É UMA PROMESSA DE DEUS

"Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito, sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descen­dentes. " (Is 44.3.)

Há, na igreja de Deus, nesta última década do milênio, uma grande estiagem. Milhões de crentes estão secos, áridos como um deserto, sem verdor e sem frutos. Outros estão murchos, sem orvalho, sem unção e sem poder. Há uma sequidão como nos dias do profeta Elias. Há um raquitismo es­piritual. Há imaturidade. Há sensacionalismo. Há muitos crentes buscando água em cisternas rachadas, em doutrinas de homens, abandonando Deus e sua Palavra - verdadeiro manancial de águas vivas. Há muitos que só buscam conhecimento e não querem saber do poder de Deus. Há outros que só buscam poder e não querem conhecer com profundidade a Palavra. Uns correm para a ortodoxia gelada, outros para os experiencialismos. Há extremos perigosos. A maioria dos crentes cai para um lado ou para o outro e, assim, deixa de ter uma vida abundante de oração, não se deleita na Palavra e vive uma vida murcha e sem frutos.

1. O ruído de abundantes chuvas.
A despeito da crise, cremos que coisa nova da parte de Deus está saindo à luz. Já se ouve o ruído de abundantes chuvas. O céu pode estar claro, sem prenuncio de chuva, mas os Elias de Deus já estão ajoelhados no cume do Carmelo. Já vislumbramos no horizonte uma nuvem do tamanho da palma de uma mão, anunciando as chuvas torrenciais do Espírito. Assim como Elias orou no monte, o Senhor está levantando sua igreja para a oração. O braço onipotente de Deus está-se movendo, levando a igreja a dobrar-se sobre seus joelhos, em fervente oração. Coisas novas e maravilhosas já estão acontecendo. Vidas que eram murchas já estão recebendo um novo vigor. Ministérios apagados já estão sendo despertados e impactados pelo poder do Espírito. Igrejas inteiras já estão colocando-se de pé. Já se ouve o barulho no vale de ossos secos. O Espírito de Deus está soprando no vale e pondo em pé um exército numeroso. Um grande des-pertamento virá sobre nós. O deserto florescerá. Os vales secos reverdecerão. Pio ermo brotarão rios caudalosos. No lugar do espinheiro, crescerá o cipreste. No lugar da sarça - uma moita de espinho, brotará a murta - planta viçosa e bela.
Algo novo e tremendo está para acontecer na vida da igreja. Antes da colheita final, Deus vai mandar a chuva serôdia do seu Espírito. Algo que nunca vimos, mas que nossos pais já experimen­taram, virá sobre nós também.
Cremos que um poderoso avivamento do céu vai trazer uma renovação espiritual para a igreja nesses dias. O Espírito de súplicas será der­ramado sobre nós. Um avivamento de oração vai levantar a igreja para ser reparadora de brechas. Uma fome imensa da Palavra vai brotar de nossas entranhas. Um avivamento de louvor vai erguer a igreja para romper com toda a frieza e o formalismo morto. O povo de Deus vai adorá-lo com reverência, com alegria, com liberdade do Espírito, com ordem e decência. Um avivamento de santidade vai purificar a igreja de pecados não-tratados, não-confessados e não-abandonados. A igreja será bela por fora e por dentro. Seremos um povo de poder no testemunho. Seremos luz para as nações. Nossos lares serão mananciais de vida e nossa vida será regada de amor. Nossas casas serão templos do Deus vivo e não arenas de disputas e discussões. Nossos filhos serão san­tos e puros. Nossas filhas, recatadas, criteriosas, modestas, pedras angulares e colunas de palácio. Os homens serão santos, a erguerem mãos santas e sem mácula aos céus, em súplicas fervorosas. As mulheres serão piedosas e cheias da graça de Deus. Os jovens viverão com poder e serão padrão dos fiéis. As crianças crescerão no temor do Senhor.
Cremos que quando Deus derramar sobre nós seu Espírito, os corações insensíveis vão-se derreter em profundo arrependimento. O Senhor tornará a fazer os vasos quebrados. Haverá choro pelo pecado. Haverá confissão, conserto e restauração de vidas. Os porões sujos da mente serão varridos. Os pecados ocultos e enterrados debaixo das tendas serão trazidos à luz, confessados e abandonados. Haverá tristeza, choro e súplica. Haverá mudan­ça de vida.
Essas chuvas torrenciais do Espírito são possíveis ou são uma utopia? Vejamos o que Deus nos diz em Isaías 44.3: "Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito, sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes."
O derramamento do Espírito não é algo que o homem possa fazer. Não é obra da igreja. Mão procede da terra. Ele vem do céu. Ele vem de Deus. Ele emana do trono. Avivamento é obra exclusiva do Senhor. A igreja não promove avivamento, não agenda avivamento, não cria avivamento. Avivamen­to não é fruto do labor da igreja, mas resultado da vontade soberana de Deus. Só ele pode derramar o Espírito Santo. É glorioso, portanto, observar que as Escrituras, que não podem falhar, trazem-nos essas infalíveis e gloriosas promessas.

2. O derramamento do Espírito é uma pro­messa segura de Deus.
O derramamento do Espírito é uma promessa clara, inconfundível e contemporânea. Você pode perguntar: Será que Deus fará isso por nós? Ele ainda voltará a ser gracioso conosco? Ele ainda reavivará sua obra no decorrer dos anos? Ele, na sua ira, ainda se lembrará da misericórdia?
O Deus fiel diz que sim. A Palavra que não pode falhar diz que sim. A história da igreja, pontilhada de poderosos avivamentos e abundantes derra­mamentos do Espírito, diz que sim. Esta é a afirmação incontestável de Isaías 44.3-5. O Deus soberano hipotecou sua honra e empenhou sua Palavra nessa promessa. Ele tem zelo em cumprir sua Palavra. As promessas de Deus são fiéis e verdadeiras. Em todas elas, nós temos o sim e o amém. Nenhuma de suas promessas jamais caiu por terra. Os céus e a terra passarão, mas a Palavra de Deus não passará sem que tudo se cumpra.
Quando Deus promete, ele cumpre; e ele diz: "...derramarei o meu Espírito..." Quando ele faz, ninguém pode impedi-lo: "Agindo eu, quem o impedirá?" Quando ele age, ninguém pode detê-lo. Em Jerusalém, o Sinédrio e os sacerdotes quiseram deter o braço de Deus e o crescimento da igreja, mas ela avançou no poder do Espírito Santo e encheu Jerusalém com a Palavra do Senhor. Em Roma, e por todo o império, os impe­radores, com fúria implacável e ódio assassino, quiseram acabar com a igreja. Perseguiram-na com excessivo rigor. Conspiraram contra ela com crueldade desumana. Muitos crentes foram jogados nas arenas para serem devorados pelos leões famintos. Outros foram enrolados em peles de animais para serem mordidos pelos cães. Outros foram pisoteados e rasgados pelos touros enfurecidos. Outros foram trucidados, incen­diados, afogados, estrangulados, crucificados e perseguidos com requinte de crueldade. Mas a igreja, com desassombro e poder, espalhou-se como fermento por todos os quadrantes do império. O sangue dos mártires foi a sementeira do evangelho.
Nos anos de 1553 a 1558, Maria Tudor, cha­mada Maria, a Sanguinária, rainha da Inglaterra, perseguia com ferocidade a igreja. Milhares de cristãos foram mortos, e muitos líderes, queimados vivos. Ela derramou rios de sangue, intentando acabar com a igreja de Deus. Todavia, longe de destruir a igreja, ela a promoveu. Aqueles que saíram da Inglaterra fizeram missões em outros lugares. Os que voltaram depois da sua morte, chamados puritanos mais tarde, vieram mais firmados nos princípios da reforma e iniciaram uma verdadeira revolução política, moral e espiritual na Inglaterra.
No século XVIII, os filósofos agnósticos na Inglaterra profetizaram o fim imediato e irreversível do cristianismo. Entretanto, quando eles entoavam o cântico fúnebre da morte da igreja, o Espírito Santo soprou sobre o vale de ossos secos e colocou a igreja de pé, como um exército vivo e poderoso. Veio do céu um glorioso avivamento e arrancou a igreja da vergonha de uma religiosidade falida. Quando o Senhor age, ninguém pode impedir. Quando o Espírito Santo sopra, ninguém pode detê-lo. Deus nos diz: "... derramarei o meu Espírito..." Ele é soberano. Ele é livre. Ele é fiel. Por isso, nós podemos, com confiança, buscar esse derramamento do Espírito.

3. O Derramamento do Espírito é uma promes­sa abundante de Deus.
O texto fala-nos que Deus vai derramar água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca. A promessa é de um derramamento do Espírito. O Senhor não fala de gotas nem de porções, mas de torrentes. Ele não dá seu Espírito por medida. Suas bênçãos não são mesquinhas.
Deus fala de torrentes. Ele mesmo vai abrir as comportas do céu e deixar que as chuvas torrenciais e copiosas do seu Espírito se derramem sobre nós abundantemente. Então, o deserto florescerá, no ermo rebentarão rios e a igreja experimentará não gotas, não filetes, não ribeiros, mas rios de água viva fluindo do seu interior.
O que o Senhor tem para nós é vida abundante, maiúscula e superlativa. É vida de poder. É algo extraordinário.
Não podemos pensar que esse derramamento ficou restrito apenas ao Pentecoste. O derrama­mento do Espírito é uma promessa vigente, contemporânea. Não podemos pensar que já recebemos tudo que deveríamos receber do Espírito Santo. Há mais para nós. Há infinitamente mais. Há algo tremendo que Deus pode fazer. Os céus podem fender-se (Is 64.1). O Espírito Santo pode ser derra­mado sobre nós e soprar no vale de ossos secos, fazendo um milagre extraordinário com o novo Israel de Deus. As águas do rio do Espírito, que brotam do santuário, podem subir dos nossos artelhos até os joelhos, dos joelhos aos lombos e, dos lombos, podem crescer até tornarem-se rios caudalosos, conduzindo-nos na direção da vida plena. Então, seremos conduzidos por esse rio e, por onde suas águas passarem, haverá vida (Ez 47.9). A igreja não pode se contentar com pouco. Não podemos nivelar a vida com Deus às pobres experiências que temos tido. O Senhor pode fazer infinitamente mais, conforme seu poder que opera em nós. Seus celeiros estão sempre abarrotados. Seus mananciais não se secam. Sua provisão não escasseia. Nosso Deus é sempre farto nas suas dádivas. O óleo não cessa de jorrar se houver vasos disponíveis. Oh! que possamos compreender que Deus tem uma vida abundante para nós. A suprema grandeza do seu poder nos pertence (Ef 1.19).
Vejamos essa verdade retratada na vida de Dwight Moody:
Ho dia 28 de maio de 1841, aos 41 anos de idade, falecia, subitamente, Edwin Moody, deixando a viúva pobre, endividada, com sete filhos de treze anos para baixo, e grávida do oitavo. O mais velho, Isaías, tinha treze anos; Cornélia tinha onze; George, oito; Ed, sete; Luther, seis; Dwight, cinco e Warren, quatro. Sete filhos irrequietos para vestir e alimentar. Betsy já estava no oitavo mês de gravidez quando seu marido morreu. no dia 24 de junho de 1841 nascia, não o oitavo filho, mas o oitavo e o nono, porque eram gêmeos: Samuel e Elisabeth.
Betsy Moody, aos 36 anos de idade, mãe de nove filhos, viúva, foi aconselhada a dar alguns filhos para outros criarem. Mas ela, com valentia, embora os credores lhe tivessem tirado os poucos bens que possuía, pôs no trabalho os filhos maiores, mandou os outros para a escola e lançou-se com heroísmo ao trabalho, de madrugada à noite, enquanto chorava copiosamente pela sua dolorosa situação. Seus cabelos logo se embranqueceram de tanto sofrer. Todavia, certa noite, leu na Palavra de Deus: "Deixa os teus órfãos, e eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiem em mim." (Jr 49.11.) Esse texto a sustentou dali para frente.
Em trabalhos pesados do campo, aquela pobre família labutava durante o dia, para comer à noite.
Certo dia, porém, Dwight Moody resolveu deixar o campo e ir buscar uma sorte melhor na cidade. Ajuntou umas míseras moedas e foi para Boston. Ali enfrentou dificuldades, até que seu tio ofereceu-lhe um emprego na sapataria. Tornou-se um exímio vendedor de sapatos. Seu professor de Escola Dominical, Mr. Kimball, evangelizou-o, e ele entregou-se a Jesus. De Boston, Dwight Moody mudou-se para Chicago e ali teve com Deus profundas experiências. O Senhor começou a trazer-lhe profundo quebrantamento.

"Certa noite Moody, poderosamente trans­formado, descia uma rua de Nova Iorque. Jamais estivera bêbado, mas agora conhecia a exaltação que Satanás falsifica na embriagues. A cada passo que dava, um pé exclamava glória, e aleluia, respondia o outro. Os soluços irromperam: ó Deus, por que não me obrigas a andar sempre junto de ti? Livra-me de mim mesmo! Domina-me absoluta­mente!.
"E então seu coração encheu-se de um vento forte e veemente. Era uma euforia que ele não podia suportar. Tinha de isolar-se do mundo... Conhecia um amigo ali por perto, em cujo quarto poderia refugiar-se... Das horas que se seguiram, não será lícito ao homem falar, e ele raramente o fazia. " (Seara em Fogo, Boanerges Ribeiro, p. 82 e 83.)

E o mesmo Moody comenta essa sua expe­riência: "... ah, que dia! não posso descrever o que me sucedeu, e raramente falo nisso... só o que posso dizer é que Deus se manifestou a mim, e tive tal experiência de seu amor que fui obrigado a pedir-lhe que retirasse de mim sua mão. Voltei a pregar; não eram novos sermões, isto é, não passei a apresentar verdades novas; mas centenas de pessoas se converteram. Eu não desejaria retroceder na vida para antes daquela experiência, ainda que me oferecessem o mundo por herança!" (Seara em Fogo, Boanerges Ribeiro, p. 83.)

A partir dali, Moody tornou-se o maior evan­gelista do mundo; um grande despovoador do reino das trevas.
Certa feita, Moody ouviu de Henry Varley: "O mundo está para ver o que Deus pode fazer com, por, por meio de e em um homem total e comple­tamente consagrado a ele." Essas palavras atingiram como flecha o coração de Moody, e ele se tornou esse homem que impactou os Estados Unidos e a Inglaterra com suas pregações poderosas, con­duzindo milhares de pessoas a Cristo.
Oh! como a igreja hoje precisa experimentar também essas riquezas insondáveis de Deus e esse poderoso e abundante derramamento do Espírito.


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