Pregação é lógica em fogo! Pregação é razão eloqüente! Pregação é teologia em fogo, é teologia vinda através de um homem que está em fogo. John/personname> Stott/personname> comenta que Martyn Lloyd Jones colocou o dedo sobre um ponto crucial. Para que a pregação tenha fogo, o pregador precisa ter fogo e este fogo só pode vir do Espírito Santo. Os nossos sermões jamais pegarão fogo a menos que o fogo do Espírito Santo queime em nossos próprios corações. “Quando estivermos apaixonados por Deus, nossa pregação será cheia de paixão”. A luz e o fogo, a verdade e a paixão devem andar juntos. Quando Jesus expôs a verdade aos discípulos no caminho de Emaús seus corações foram inflamados e começaram a arder (Lc 24.32).
Nenhum homem pode ser um grande pregador sem grandes sentimentos. O biógrafo John Pollock escrevendo sobre a vida de George Whitefield diz que ele raramente pregava um sermão sem lágrimas nos olhos. Igualmente, Moody raramente falava a uma alma perdida sem lágrimas em seus olhos. O pregador deve ser um homem de coração quebrantado pregando para homens de corações quebrantados. Richard Baxter entendeu a pregação como uma apaixonante e urgente tarefa. Dizia ele: “Eu prego como se jamais fosse pregar novamente; eu prego como se estivesse morrendo, para homens que estão morrendo”. É impossível pregar efetivamente e eficazmente a Palavra de Deus sem paixão. “Pregação sem paixão não é pregação”.
Um pregador, certa feita, perguntou a Macready Garrick, um grande ator inglês, como ele poderia atrair grandes multidões para assistir a uma ficção, enquanto ele estava pregando a verdade e não ajuntava grandes multidões para ouvi-lo. O ator respondeu: “Isto é simples. E posso explicar-lhe a diferença que existe entre nós. É que eu apresento a minha ficção como se fosse verdade; e você apresenta a sua verdade como se fosse ficção”. John Etter comenta:
“Entendemos a realidade da nossa pregação – pecado e salvação, céu e inferno, imortalidade e responsabilidade humana? O jurista, o legislador e o homem de estado não têm tais temas; no entanto eles são geralmente mais eloqüentes do que nós. O púlpito é envergonhado com a eloqüência superior das barras dos tribunais”.
Como pregadores precisamos pregar com profunda convicção e paixão. Nós devemos crer profundamente na mensagem que pregamos. Nós devemos colocar o nosso coração em nossa pregação. As pessoas podem até rejeitar a nossa pregação, mas jamais duvidar da nossa sinceridade. John Stott comenta o seguinte fato:
“David Hume era um filosofo deísta, britânico do século XVIII, que rejeitou o cristianismo histórico. Certa feita um amigo o encontrou apressado caminhando pelas ruas de Londres e perguntou-lhe aonde estava indo. Hume respondeu que estava indo ouvir George Whitefield pregar. ‘Mas certamente’, seu amigo perguntou atônito, ‘você crê no que George Whitefield prega, crê?’ ‘Não, eu não creio’, respondeu Hume, ‘mas ele crê’”.
A pregação apaixonada deve ser feita com o coração em chamas, pois não é um ensaio lido para um auditório desatento. A pregação é uma confrontação em nome do próprio Deus Todo-Poderoso. Ela precisa ser anunciada com uma alma em chamas, na autoridade do Espírito Santo. A.W. Criswell cita John Weslwy, “Ponha fogo no seu sermão, ou ponha o seu sermão no fogo”.
Somente um pregador revestido com paixão pode ser um poderoso instrumento nas mãos de Deus para produzir impacto nos corações. John Stott cita Chad Wash: “A verdadeira função do pregador é incomodar as pessoas que estão acomodadas e acomodar as que estão incomodadas”. John Nilton disse que “o propósito da pregação é quebrar os corações duros e curar os corações quebrados”. O pregador deve ser um filho do trovão e um filho da consolação e, geralmente ambos no mesmo sermão.
Geoffry Thomas diz que um dos grandes perigos que os pregadores enfrentam na fé reformada é o problema do hiper-intelectualismo. Mas é preciso enfatizar que uma pregação intelectual não é uma pregação sem paixão. Na verdade, uma pregação intelectual e bem elaborada faz a verdade simples. Montoya observa com muita clareza que:
“Nós necessitamos de paixão em nossa pregação. O pregador bíblico e conservador precisa estar absolutamente consciente da necessidade de equilíbrio entre a sólida exposição e a apaixonada apresentação da exposição. Como nós pregamos o sermão é tão importante quanto o que nós pregamos”.
Um pregador sem paixão cria uma audiência sem paixão. A falta de paixão e de vida nos sermões põe o povo para dormir em vez de desperta-lo. Montoya ilustra:
“Um pregador olhando para o seu auditório durante a sua prédica, observou que um senhor idoso estava dormindo enquanto ele pregava. Então, disse para o jovem garoto que estava sentado perto do ancião sonolento: ‘Menino, você poderia fazer a gentileza de acordar o seu avô que está dormindo ao seu lado?’ O menino prontamente respondeu: ‘Por que o senhor mesmo não o acorda, já que foi o senhor quem o colocou para dormir?’”.
É chegado o tempo de restaurarmos a pregação ao seu lugar de absoluta primazia. Deus requer uma pregação ungida, apaixonada, inflamada pelo fogo do Espírito. O mundo carece desesperadamente de pregações cheias de vigor e paixão. Não há espaço no púlpito para pregadores frios, sem vida e sem paixão. O púlpito sem poder endurece o coração dos ouvintes. Um pregador se paixão é uma contradição de termos. O pregador sem o calor do Espírito deveria recolher-se ao silêncio até que as chamas voltassem a arder em seu coração. Quando perguntaram a Moody, como começar um reavivamento na igreja, ele respondeu: “acenda uma fogueira no púlpito”. O pregador pode ser uma benção na igreja ou será uma maldição. Neutro ele não pode ser. Nós devemos glorificar a Deus através de uma pregação bíblica, fiel, ungida, cheia de paixão, com maior senso de urgência para a salvação dos perdidos e para a edificação dos santos. Finalizando, veja a ilustração de Charles Spurgeon:
“Um homem foi soterrado acidentalmente por uma barreira que desabou e muitos estavam cavando energicamente para libertá-lo. No local estava alguém indiferente, apenas contemplando o drama, quando foi informado: ‘É seu irmão que está lá embaixo’. Estas palavras operaram nele uma imediata mudança; no mesmo instante pôs-se a trabalhar febrilmente para resgatá-lo. Se realmente desejamos salvar os nossos ouvintes da ira vindoura, é preciso que sintamos simpatia, compaixão e ansiedade; numa frase: paixão e amor ardente. Que Deus nos conceda tais sentimentos”.
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